Paramahamsa Sri Nithyananda

A Missão Nithyananda é parte de um movimento mundial de meditação e paz.

A presença do Paramahamsa Nithyananda no planeta Terra visa criar um novo ciclo de consciência individual levando a consciência coletiva a entrar na zona da Super Consciência.

Nas próprias palavras do Mestre Nithyananda, “a Iluminação floresce quando a consciência individual se dissolve na Consciência Universal. É a experiência da não-mente e a partir desta, nascem o êxtase e a energia. Essa energia é o que eu quero aproveitar para ajudar a humanidade a florescer em todas as dimensões da vida e para alcançar e irradiar o Eterno êxtase - Nithyananda".




domingo, 26 de abril de 2009

Sinopse do Discurso sobre o Bhagavad Gita em Los Angeles set/2005 - 6ºdia

Sexta-feira, 9 de setembro

Capítulo 6 – Olhe para dentro!

Um diretor de Hollywood está filmando uma grande produção no deserto e repentinamente um dia um velho indiano aparece e diz, “amanhã chuva”, e acontece; chuva torrencial. Após uma semana, o mesmo indiano aparece e diz, “amanhã tempestade”, e o diretor cancela a filmagem. Após três ou quatro vezes, o diretor está impressionado e diz ao assistente que contrate o indiano. Após um mês o indiano desaparece. O diretor consegue encontrá-lo e pede sua previsão pois tem uma importante cena no dia seguinte. O indiano dá de ombros e diz, “Não sei, o rádio quebrou!”.



Olhe para dentro antes de chegar a qualquer conclusão. Krishna está respondendo diretamente. Ele está continuando sua resposta do último capítulo em maiores detalhes. Não importa se você permanece como um karma ou um sannyasi; não afeta seu Ser; não faz diferença. Aquele que realiza ações sem se apegar a qualquer ação é um asceta, um brahmachari. Um brahmachari é o homem que vive com a realidade, com a Existência; que vive com Deus. Brahmachari não significa celibatário, como muitas vezes presumimos.

Quantas vezes realmente olhamos nos olhos das pessoas com quem vivemos? Não o fazemos por causa da tela de fantasias entre nós. Não estamos prontos para olhar a vida como ela é. Krishna diz que aquele que renuncia ao fogo não pode tornar-se um sannyasi. Fogo ou agni era a necessidade básica nos tempos antigos. Agora dependemos de telefones celulares e laptops. Através do tempo, os Mestres souberam como utilizar o fogo para se comunicarem com energias superiores. Toda a ciência pode ser reduzida ao uso de partículas de luz. Perdemos a chave. Os Vedas são a técnica para trabalharmos com partículas de luz. Quando a invasão cultural aconteceu, a tecnologia se perdeu. Então, aquele que renuncia o fogo ou agni não pode tornar-se um sannyasi. Da mesma forma, não é o fato de renunciarmos aos nossos laptopos e celulares que nos tornará um sannyasi. Toda a atitude deverá ser modificada. Esse único sloka carrega todo o sentido do Gita.

Krishna diz: “Permita que você eleve a si próprio ou você se tornará seu prior inimigo”.

Quando você pratica a técnica de viver sem medo e ambição você irá cair mas somente no início. Uma pequena história: Havia uma grande organização espiritual. Um monge de lá foi mandado para uma remota vila tribal. Porém houve uma série de reclamações a seu respeito. O presidente, após ouvir as reclamações, disse: “Nós enviamos a pessoa correta”. A secretária o questionou a respeito disso. O presidente explicou, “Ele é a pessoa correta porque está realmente fazendo algo. É por isso que temos reclamações”.

Da mesma forma, quando praticamos novas técnicas, iremos encontrar resistência. Você irá cair por diversas vezes. O seu sistema irá resistir. Irá criar todo tipo de reclamações. Nós sempre justificamos e encontramos algum argumento de forma a começar a criticar o professor como uma forma de escapar.

Buda em Seu último ensinamento sabidamente disse, “Deixe-se ser leve; deixe-se ser guiado por si mesmo.” Ninguém pode fazer nada a menos que você se eleve. Mestres Iluminados podem oferecer-lhe um satori – uma visão passageira. Mas só você pode escolher permanecer nessa Consciência.

Um homem foi até Buda um dia e disse, “A Iluminação é a coisa suprema. Por que você não a distribui a todos?”. Buda diz, “Ah, você quer Iluminação! Por favor dê uma volta e faça uma pesquisa de quantas pessoas querem a Iluminação.” O homem dá uma volta, retorna e diz, “Somente duas pessoas querem mas eles não podem vir até aqui. Você pode mandar entregar?”

Não estamos prontos para comprometer ou arriscar nada, ou tomar responsabilidades. Queremos somente mais um troféu para exibir. Deus é tão generoso que Ele concede a liberdade de ficarmos presos. Nem mesmo a liberação é imposta a você. Se for forçada, não é mais liberação. Krishna diz, “Deixe-se libertar por você mesmo”. Se fizer isso, você é o maior amigo de seu Ser. Se não fizer, é seu pior inimigo.

Por todo o capítulo, Krishna fala dos sentidos; como nossos sentidos funcionam. Para entender isso, temos de entender como a mente funciona. Primeiro nossos sentidos recebem a informação. Usarei nossos olhos como exemplo. Algo chamado chakshu na realidade enxerga através de nossos olhos. Para entender como isso funciona, pense em como nossos olhos podem estar abertos porém se estivermos intensamente escutando uma música não veremos alguém passando bem na nossa frente. A partir dos olhos, a informação é digitalizada – ela vai para um arquivo digital. De lá ela vai para a memória – o chitta. Lá ela é analisada para determinar o que está sendo visto. Se você estiver vendo um Swami discursando, você dirá, “isso não é uma árvore, isso não é uma casa.” Então a informação vai para a mente, o manas. A mente começa o processo de identificação: “Isso é um Swami, é melhor que eu o escute!” Então o arquivo vai para a inteligência ou buddhi. Aqui a conexão entre nós e o que estamos vendo acontece. O buddhi irá começar a se relacionar com a experiência. De alguma forma ele irá responder, e dependendo disso, você gosta ou não da experiência. O buddhi irá decidir e responder de acordo com sua experiência passada, associação e análise com a informação que ele vê. Então o arquivo completo vai para o Ego. Essencialmente, se o buddhi disser que está de acordo, você dará prosseguimento à experiência. O ego dá o comando e automaticamente o executa.

É dessa forma que nossos sentidos trabalham. Uma coisa importante a se notar é: durante esse processo, decidimos nossas ações baseados inteiramente em experiências e condicionamentos passados.

Um homem queria ir à praia passar as férias. Por uma semana ele procurou mas foi incapaz de encontrar a praia. Ele então viu uma placa dizendo “Praia Juga, à esquerda”. Ele voltou e o seu amigo perguntou se tinha gostado da praia. Ele disse, “Acabei não indo. Vi uma placa dizendo que a praia tinha ido para a esquerda então voltei para casa.”

Precisamos de um pouco de inteligência para progredir no caminho. Aqui, Krishna diz que aquele que alcançou o êxtase vai além dos sentidos. Para ir além dos sentidos não precisamos controlá-los ou destruí-los. Quando você tenta fazer isso, fracassa e perde a confiança. Se você tentar se privar dos sentidos, sua mente irá desfrutar deles em sonho. Se você reprimir qualquer desejo ele irá se expressar através dos sonhos e afetar seu Ser. Pense em como ainda se sente apavorado mesmo depois de acordar de um pesadelo; como seu coração ainda está disparado e você sente o medo fisicamente em seu Ser. O homem cujos sentidos estão claros, que não está sofrendo através dos sentidos, sua mente está clara. Ele toma a decisão correta a qualquer momento. Não podemos tomar decisões corretas quando nossa mente está cheia de memórias passadas e associações. Não se pode atingir o êxtase através do controle dos sentidos. A mente é o mestre, os sentidos são os servos.

Primeiramente, não se pode atingir o êxtase. O êxtase está acontecendo continuamente em você! Qualquer coisa que você tenha de atingir não tem valor. O êxtase é nossa natureza. Tudo que temos de fazer é percebê-lo. O êxtase é uma fonte. Apenas interrompemos o fluxo. Agora temos de parar a interupção! Sempre dizemos que os sentidos nos estragam, mas somos nós que estragamos os sentidos. Nós abusamos deles e os destruimos. Ficamos acordados até tarde assistindo filmes quando nossos olhos imploram por descanso.

Nossos pensamentos, nossa mente cria os sentidos. Não pense que você está vivendo com o que tem. Você está criando o que quer ter. Nossos pensamentos têm esse poder. Um único pensamento pode modificar a química do corpo por completo. São seus pensamentos que criam o seu corpo. Existe uma antiga ciência na India – Samudrika Lakshanan. Os Rishis podem dizer tudo a respeito de alguém apenas olhando para seu corpo e face. Eles sabem o segredo: que o corpo nada mais é que a expressão externa da mente. Se sua mente muda, seu corpo todo pode mudar. Tudo que temos de fazer é reprogramar nossa mente para olhar para dentro.

O que quer que você pense, você expressa. Se você está continuamente pensando em algo. Seus sentidos irão criar a experiência. Ao liberar sua mente, seus sentidos serão purificados. Quando você utiliza demais os sentidos, eles se tornam insensíveis. Você precisa de meditação para aumentar a sensibilidade; para aumentar a consciência. Nossos sentidos estão sempre voltados para fora. Apenas olhe para dentro.

Krishna diz: Aquele que está satisfeito com o que tem está Iluminado! O homem que desfruta nunca se preocupa com possuir. Aquele que possui nunca irá desfrutar. Algumas pessoas não conseguem desfrutar a não ser que possuam. Todo o problema está em onde você se identifica. Quando você deixa de lado a idéia de “o que eu vou ganhar com isso”, o atman ou alma começa a radiar e você percebe que não há nada a ser ganho ou alcançado, nem mesmo Iluminação. Quando você está Iluminado, não há nada para ser ganho ou alcançado. Automaticamente seu Ser respeita a todos de forma única. Não somos iguais. Somos únicos. Deus é um artista. Existe apenas uma coisa faltando na mente Iluminada: o Eu, o “o que eu vou ganhar com isso?”, o “de que maneira serei afetado?” O problema é como nos identificamos. Quer você aceite ou não, acredite ou não, vivencie ou não, VOCÊ É DEUS. A escolha não é se você é Deus ou não, a escolha é se você se identifica como sendo Deus, se você percebe e expressa isso.

Mais uma vez, a sociedade cria em nós a sensação que não somos suficientes, a sociedade nos manipula através da culpa, de forma que possamos ser explorados. A sociedade impõe padrões que jamais podem ser realizados e isso impede que nos sintamos suficientes. A culpa tornou-se parte de nosso corpo e mente. Você está além de corpo e mente. Você é Deus.

Quando reprogramamos nossas mentes, nossos sentidos passam por mudanças. Quando libertamos os sentidos, frio e calor são a mesma coisa, mesmo honra e desonra. Nós criamos a idéia de calor e frio. Na verdade se você pára de resistir a um dos dois, deixará de sentir ambos. É dessa forma que Yogis e Mestres iluminados vivem nas altitudes e na neve dos himalayas vestindo roupas laranja. A idéia de calor e frio serem a mesma coisa é mais fácil de aceitar que honra e desonra serem a mesma coisa. A razão para isto é que você se importa demais com a opinião dos outros.

Você não sabe quem você é, então você constrói uma identidade baseada nas idéias dos outros a seu respeito. Você não tem nenhum respeito próprio. Neste momento, sua fonte de energia é baseada na opinião dos outros a respeito de você. No entanto, se você olhar dentro de sua mente e vir quem está lá, com cuja opinião você está preocupado, você saberá que eles estão preocupados com a sua opinião, direta ou indiretamente! Medite sobre este sutra ou ensinamento e você será liberado dessa preocupação. Qualquer que seja a expressão sobre a qual nos concentremos, iremos alcançar aquela determinada experiência. Se você se concentrar em idéias sobre iluminação, elas iráo se aprofundar em seu Ser. Você irá vivenciar a Consciência da Iluminação.

Estamos sempre olhando para fora. Simplesmente olhe para dentro!

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